Bem, esse insrumento teria sido muito usado para raspar uma pasta a base de vegetais, cinza, quente e argila, que as mulheres gregas passavem sobre a pele quando queria se depilar. Um tremendo sacrifício. As sacerdotisas dos templos de Creta, que depilavam o corpo inteiro, chegavam a tomar uma bebida entorpecente para aliviar o sofrimento durante todo esse processo.
Em tempos recentes, conta-se que as muçulmanas costumavam usar um xarope espesso, composto de açúcar e sumo de limão, para ajudar-las a se livrar dos pelos considerados maléficos. Algumas afirmam que na Turquia, por exemplo, as mulheres são obrigadas a remover todos o pelos antes do casamento.
No Brasil, índios Xavantes ainda arrancam totalmente as sobrancelhas e as pestanas. Com as pontas dos dedos...
Então, estas questões de eliminar pelos é muito mais antiga e diversificada do que se julga. Envolve crenças, culturas, religiosidades e alquimias...
A gilet fez história. Era quase um fetiche, usado inicialmente as escondidas, no aparelho de barbear do irmão, do pai, do marido... E depois, quando surgiram os cremes que faziam os pelos cair? Foi o maior frisson. Mas, na década de 50, as moças e as jovens senhoras se depilavam em casa, como mandava o recato e a prática daqueles anos.
Ah! teve o m odismo da descoloração. Foi na década de 1980. Rebeldia? Pelo menos era o que as mães das pernas depiladas, axilas raspadas e sobrancelhas pinçadas achavam das filhas que teimavam em se manter peludas. Embora, para isso, as moças avançadinhas, descolorissem os pelos do corpo a mostra pelos biquinis, digamos... ainda recatados. E as sobrancelhas? Bem, as sobrancelhas permaneciam ao natural. Até mesmo quando bastante grossas, eram mantidas com a cor e traços originais.
Febre de poucos verões. A geração nascida na década de 70 mudou todo de novo. Adepta do biquini minimalista, o fio dental, essa geração, condenou os pelos - descolorados ou não - de pernas, coxas, virilhas e axilas ao ostracismo. Também não dava para ser diferente. O culto ao corpo cada vez mais exposto, fotografado e exibido na mídia cmo uma escultura, não permitia gatas com quaisqur pelinho de fora.
Não demorouque viessem a público o segredo da magia que criava aquele efeito de perfeição das imagens exibidas em revistas e jornais nas bancas, em outdores, na TV, no cinema... Qual o segredo? Todo mundo ficou sabendo que as modelos fotográficas passavam obrigatoriamente por uma depilação primorosa, antes de enfrentar as câmeras nos estúdios. O efeito disso? As mulheres correram atrpas daquele visual estético escancarado no resultado das imagens que impressionavam tanto os seus parceiros...
Aí, não deu outra: A depilação virou moda e entrou para o cotidiano das cidadãs comuns frequentadoras de praia e piscina. Ou simplesmente adeptas a saia curtas e ombros a mostra. Ou ainda, apenas a fim de impressionar o namorado, o marido ou sentir-se bem com elas mesmas. Um detalhe: Lingeries atrevidas e provocantes são as mais vendidas em lojas de bairros populares. Aliás, uma característica bem brasileira.
Verdade seja dita: O movimento "antepeludas" começou em casa. A primeiras ações revolucionárias partiram do uso escondido da gilete e dos cremes de fazer cair os pelos. Processos até rápidos e práticos. Entretanto, o mulherio descobriu que essa estratégia podia ser superada com a depilação de umas das ceras milagrosas que arrancavam os pelos pela raíz!
